Logos - Vox Populi.
Um último que sabe a logos, como não podia deixar de ser. (O discurso vai-se tornando cada vez mais adaptado à oralidade, será talvez por causa da sua temática? Um pensamento que se desenrola entre devaneios dispersos, perdidos de sentidos e de lógicas aparentemente racionais ou facilmente percetíveis)
Uma caricatura do "Zé Povinho" que enfatiza o preço da construção desta ponte, que surgiu na necessidade da criação de uma ligação ferroviária entre o norte e o sul.
Afinal enalteço a ponte esquecida ou as caricaturas que exprimiram as angústias de um povo silencioso... talvez adormecido, tendo sempre presente um sentimento de repressão, de dúvida que o cala.
Será que ainda pensamos? Ou estamos adormecidos, alienados por futilidades que nos entorpecem o espírito de justiça social e do dever cívico.
Uma obra que levou 36 anos a pagar, entre tantas outras... qual terá sido o verdadeiro valor a pagar pela população?
E o pilar da miséria persiste, camuflado por devaneios, por números que iludem, vazios de sentido.
Um fantasma metálico, que com a sua presença durante mais de um século, definiu e ainda hoje define o lugar. O Rio e as suas margens não seriam as mesmas sem a estrutura concebida por Eiffel.
Basta pensar que a torre Eiffel [Paris] era apenas uma estrutura temporária para a exposição universal de 1889, com os dias contados, com uma função/utilidade dúbia.
Será a ponte D. Maria Pia, a nossa torre Eiffel, qual a sua função?
A ponte poderia adquirir outro estatuto?
Continuando a ser ponte de ligação?
Acolhendo um sector distinto?
Regressar ao tempo dos passeios das Virtudes e das Fontainhas, resgatando-os e prolongando-os num anel de circulação pedonal, que ligaria as duas margens, requalificando a malha urbana das duas cidades, ora amigas, ora inimigas...
Continua...
[27.11.2017]
Apenas há três dias, quando a imagem que idealizei para esta publicação não surgiu, e esta caricatura teimava em aparecer; e assim dei voz a este devaneio e o seu conteúdo tomou um novo rumo.
Relembro o mote que deu origem a estes "últimos" e a teimosia de não querer dizer adeus.
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