quinta-feira, 31 de março de 2016

Último

A cada último dia do mês publicarei uma imagem, ilustração, fotografia antiga.
Esta ideia já surgiu com a publicação deste post onde falo de algumas reconstruções:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/01/reconstrucoes-comera-e-dovera.html

Será que devia manter este título - [Re]Construções - "com’era e dov’era"?

Templo de Diana, Évora.

Uma ilustração da edição  do dia 6 de Junho de 1835 da Penny Magazine, publicada todos os sábados durante o século XIX.

23º Dépaysé (3)

"Olha para ti como se olhasses para um estranho. O que vês?"

O céu é refletido pela superfície do rio que corre serenamente.
Às vezes precisamos do outro para nos reconhecermos...
[20-03-2016] 

quarta-feira, 30 de março de 2016

22º Dépaysé (2)


Somos apenas nós com os nossos pensamentos, cada vez mais libertos de amarras por vezes impostas pela sociedade ou por nós próprios.

Alguns valores parecem alterar-se...
Talvez seja mais tolerante...

Quem sabe?

[19-03-2016]

terça-feira, 29 de março de 2016

21º Dépaysé (1)

Quando finalmente começamos a sentir ou a experienciar o dépaysement.


Sem horas, a não ser as dadas pelo Sol ou pela fome.
Sem nomes, sem direções, sem destino...
Sem saber onde estou, sem elementos de referência...
Apenas a orientação das portas das yourtes e a estrada me orientam. Nada mais.
Mas sinceramente, a definição não me faz falta.
Não sei para onde irei, com quem estarei.
Poderia ser angustiante esta indefinição, no entanto é tão libertadora.
Não existem amarras, nenhumas para já.
Já não sei quem sou.

[30-12-2015]



segunda-feira, 28 de março de 2016

20º Presente (3)


"Deslembro incertamente. Meu passado
Não sei quem o viveu. Se eu mesmo fui,
Está confusamente deslembrado
E logo em mim enclausurado flui.
Não sei quem fui nem sou. Ignoro tudo.
Só há de meu o que me vê agora -
O campo verde, natural e mudo
Que um vento que não vejo vago aflora.
Sou tão parado em mim que nem o sinto.
Vejo, e onde [o] vale se ergue para a encosta
Vai meu olhar seguindo o meu instinto
Como quem olha a mesa que está posta."

13-9-1934
Fernando Pessoa; Novas Poesias Inéditas; 116.

domingo, 27 de março de 2016

Tombuctu, Mali.

A cidade Tombuctu no Mali foi fundada no século V, próxima ao rio Níger a sul do Saara.



Durante o reinado de Askia Mohamed, a cidade Tombuctu tornou-se no centro de referência intelectual e religioso da África Ocidental, durante os séculos XV e XVI.
Nesta cidade existiam cerca de 180 escolas do Corão
A cidade estabelecia ligações comerciais e culturais coma Africa do Norte, a Europa e o Médio Oriente.

Um zoom mais aproximado (o máximo que me foi permitido pelo mapa do Bing) permite perceber a estrutura da malha urbana da cidade, reconhecendo-se uma área mais antiga e uma mais recente.
Gostaria de saber qual a função daqueles vazios, delimitados por muros. Alguma sugestão?


Como as ilustrações antigas são sempre reveladoras, deixo-te estas duas:
1830 -  Uma visão do lado oeste de Timbuktu, de René Caillié. Nesta ilustração aparecem representadas as três mesquitas que irei citar nesta publicação.
1858 - Vista de Timbuktu por Heinrich Barth



Alguns locais interessantes par visitar em Tombuctu:

1 - A mesquita Djingareyber construída pelo sultão Kankan Moussa e reconstruída e remodelada pelo Imã Al Aqib, o Qadi de Timbuktu, entre 1570 e 1583.
A mesquita em 1905-1906 por Edmond Fortier.



2 - A mesquita Sankore foi construída no século XIV e entre 1578 e 1582 foi reconstruída pelo Imã Al Aqib, o Qadi de Timbuktu, respeitando as dimensões do Caaba de Meca.
 
 
1896; Dubois.  
1905-06; Edmond Fortier.



3 - A mesquita  Sidi Yahia construída no início do século XV pelo sheik El Moktar Hamalla; sendo reconstruída um século depois (1577-1578) pelo imã Al Aqib.

 Sidi Yahia Mosque in 1905-1906
Mais algumas imagens da cidade de Tombuctu:







No próximo domingo sairá mais uma publicação sobre este país!

Também em Mali:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/penhasco-de-bandiagara.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/tumulo-de-askia.html


Para explicar o nome desta temática:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2015/12/resolutione-16.html


Mais sobre a história:
http://lostislamichistory.com/a-gold-mine-in-the-desert-the-story-of-mali/

Neste link tens mais algumas imagens, supostamente sobre a última mesquita Sidi Yahia:
http://www.beautifulmosque.com/sidi-yahya-mosque-in-timbuktu-mali


Todas as imagens foram retiradas da Internet.
 

sábado, 26 de março de 2016

Adivinha

Esta adivinha surgiu porque no outro dia enquanto relia algumas citações que aponto num caderno, apareceu-me esta frase de Eça de Queiroz:

" [...] e a cruz realmente n'este soberbo século pertence mais à ourivesaria do que pertence à religião..." (p.134)
A Relíquia.

Absolutamente irresistível, não pude deixar de partilhar.
Aprecio particularmente a ironia da sua escrita, que nunca deixa de refletir a atualidade.
Porque não esta fotografia para acompanhar, até porque o lugar constituiu uma importante referência para o cristianismo.
Refiro-me a qual?



Onde fica?
Boa sorte!

sexta-feira, 25 de março de 2016

Adivinha - Palavras

Uma adivinha rápida para esta tarde:
Aqui fica mais uma palavra japonesa de origem inglesa...
ネクタイ lê-se "nekutai"
O que será?
Uma pista: É uma peça de roupa masculina sem nenhuma função em particular, a não ser a estética e a comercial...

Para confirmares a tua resposta, envia um email para:
deambular.preambulo@gmail.com

Boa sorte e bom fim de semana!
A imagem foi retirada da Internet.

19º Presente (2)

Num acampamento de yourtes preparado para receber turistas, plantado no meio do nada, sem nenhum ponto de referência próximo.
[Pelo menos aqueles a que estamos habituados ou ensinados a reconhecer.]

E uma palavra Nowhere ou seria NowHere.




Existem várias perspetivas, diferentes interpretações para cada situação e nós possuímos a liberdade de a escolher.
Por agora, apreciaremos apenas o instante presente.
[Consciente de que escrevo esta frase a reorganizar memórias de um tempo passado...]

Também pode surgir aquela dúvida, muito pertinente, mas que faria eu neste lugar...
Apenas se poderá saber responder a esta pergunta, vivenciando e aproveitando todas as experiências que um país, com as características que a Mongólia possui, oferece.
[Uma frase confusa, resultado de uma mente também ela confusa. Também poderia reformular, mas para isso precisaria de alterar o estado do meu pensamento neste momento.]

quinta-feira, 24 de março de 2016

18º Presente (1)

Acordei assim, com o despertar de mais um dia...

Apresento-te o nascer de um novo dia nas estepes da Mongólia, durou apenas alguns minutos, mas foram sublimes.

Aproveitar cada momento, cada instante, cada olhar, cada sensação, cada palavra trocada...
Usufruir o momento presente - mais uma noção que ganha um novo significado, temos tanto tempo para pensar, alienados da sociedade cada vez mais ...

Apreciar cada minuto daquelas manhãs frias, agradecendo a oportunidade de presenciar o nascer do sol num lugar tão distante da nossa realidade.

Quase um minuto de transformações:
https://youtu.be/6XCZaKyDZN0

quarta-feira, 23 de março de 2016

17º Conquista (5)

Conquistar as dunas Khongoryn Els.
Nos últimos dias tenho vindo a publicar algumas fotografias das dunas Khongoryn Els, no deserto de Gobi. Deserto que me surpreendeu pela variedade de ecossistemas criando um conjunto de cenários que nem sempre corresponde à definição de deserto que criamos na nossa infância.

Após alguns dias perdido pelo deserto de Gobi, na Mongólia, descobri estas dunas, que surpreendem pela sua extensão e altura.
As suas dimensões que devem variar ligeiramente dependendo do humor do vento - 180 km de comprimento, 10 km de largura e cerca de 200m no seu ponto mais alto.

Aguardando as últimas horas do dia, não apenas pela descida da temperatura, mas pelas cores que a luz solar irradia, escolheram (por mim) o ponto mais alto e fui subindo.
A passagem da força do vento recolheu e reuniu todos estes grãos e construiu esta muralha, que parece a crista das costas de um dragão. [Influência dos chineses, que veem dragões nos mais distintos cenários].

Na descida, mais um retorno à infância, aproveita o declive da duna e desliza ouvindo os seus cantos. Sim, estas dunas são conhecidas como as "dunas cantantes" e ao descer realmente ouvem-se.
Não tendo muito a ver com a temática em questão, mas como a minha mente divaga, deixei-a.
O difícil nem sempre é a concretização, mas sim a permanência.
Como esta afirmação se aplica a tantos campos da nossa vida, não é verdade...



As dunas Khongoryn Els ilustrando outras publicações:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/6-sonhos-2.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/7-sonhos-3.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/conquista-1.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/14-conquista-2.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/15-conquista-3.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/16-conquista-4.html

Numa adivinha:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/01/adivinha.html

terça-feira, 22 de março de 2016

16º Conquista (4)



"L'ambition est tenace"

Lido no aeroporto de Paris no regresso (e na ida) de mais uma viagem.
Publicidade ao HSBC.
[Fevereiro/ Março 2016]

segunda-feira, 21 de março de 2016

15º Conquista (3)

Lido algures:
"Morreu afogado em palavras que nunca disse."
Et cetera. 

























Durante a subida, o topo parecia sempre tão distante.
Algumas pausas foram requeridas.
As pessoas que via equilibrando-se na aresta da duna, davam-me esperança para continuar.

domingo, 20 de março de 2016

Adivinha (19-03-2016) - Ajuda






Como surgiram tantas incertezas, fica aqui mais uma dica.
Na pequena queda de água brincam os descendentes de uma civilização que conheceu o seu apogeu entre os séculos IX e XV.

A adivinha:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/adivinha_19.html
Um video neste rio, ou ribeiro:
https://youtu.be/sOxEhHcoO_o

Túmulo de Askia

Neste domingo apresento-te mais um sitio que gostaria de visitar no Mali -  o túmulo de Askia, em Gao.
No período de apogeu do império Songhai reinou Askia Mohamed (1443 - 1538)*, que mandou erigir o seu túmulo na capital, Gao.
Gao, que se pensa ter sido fundada no final do século VII, no sul do deserto Sara e junto ao Rio Níger,  tornou-se a capital do império Songhai em 1137.
Durante os século XV e XVI graças às importantes rotas comerciais que passavam pelo território e ao controlo do comércio da troca de sal e ouro na rota transariana, o império Songhai conheceu o seu apogeu.

O tecido urbano no qual se insere o túmulo de Askia caracteriza-se por um traçado regular e por habitações tradicionais com coberturas planas resguardadas por muros que garantem a privacidade e configuram um pátio protegido das temperaturas altas.




Este edifício piramidal foi construído com 17 metros de altura em 1495 na capital do império, próximo ao rio. À sua volta, foi também construído um complexo que possui duas mesquitas, com coberturas planas, e o respetivo cemitério.





No pátio com cerca de um hectare realiza-se o festival Tabaski uma vez por ano, reunindo a comunidade local.

As influências para a construção deste túmulo poderão ter sido várias:
- as pirâmides do Egipto, que Askia Mohamed conheceu durante o seu percurso da peregrinação até Meca;
- a tradição saariana  (ou sariana) ancestral tumuli;
- os tumulus ou mamoas  funerárias* erigidas sobre os túmulos desde o primeiro milénio antes de Cristo.
- os minaretes de base quadrangular;
- as construções tradicionais argelianas (sobre estas também já tenho uma pasta com alguma informação que fui reunindo, mais tarde publicarei).




Uma curiosidade:
Após o seu regresso de Meca, Askia Mohamed adota e proclama o islão no império Songhai.






























Continua...

Reconhecido pela UNESCO em 2004:
http://whc.unesco.org/en/list/1139
*Askia Mohamed (1443 - 1538) - estarão estas datas corretas?
*Tumulus ou mamoas, em francês chamadas de "tertres funéraires".
Lembrei-me logo dos túmulos na Coreia do Sul, mais um sitio sobre o qual preciso de falar.


Também no Mali:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/penhasco-de-bandiagara.html

Para explicar o nome desta temática:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2015/12/resolutione-16.html

Todas as imagens foram retiradas da Internet.

sábado, 19 de março de 2016

Adivinha

Por que não esculpir o leito de um riacho?
Foi o pensamento que alguém concretizou neste lugar.
Onde ficará?































Um video neste rio, ou ribeiro:
https://youtu.be/sOxEhHcoO_o

sexta-feira, 18 de março de 2016

Adivinha - Palavras

Flores do tremoço


Lembrei-me no outro dia, enquanto pensava nas palavras japonesas de origem inglesa...
Uma adivinha rápida para esta tarde:
ビール lê-se bi-ru
O que será?
Uma pista:
É frequentemente servida com um prato de tremoços...

Para confirmares a tua resposta, envia um email para:
deambular.preambulo@gmail.com
Boa sorte e bom fim de semana!

Imagem retirada da Internet. (Norte do Japão... Não consegui encontrar a fonte exacta)

14º Conquista (2)

Quem diria que fosse tão difícil subir ao topo da duna.
Por cada passo dado na subida, descemos dois.

A chegada ao topo compensa, não apenas pelo que a vista alcança sobre o território que se escondia atrás desta impiedosa muralha de areia, mas pelo sentimento de concretização que nos invade.

[18-01-2016]
 


E a descida é tão mais fácil...
 

quinta-feira, 17 de março de 2016

13º Conquista (1)


“It always seems impossible until it's done.” Nelson Mandela

Sri Lanka

Uma mensagem rápida para te dizer que tens dois videos bem caseiros de uma cascata no Sri Lanka.
Foi um percurso cansativo, sobretudo pelo calor que se fazia sentir, mas compensou!
Tu vale a pena...
Ao rever estes videos lembrei-me imediatamente do som que os animais que vivem escondidos na natureza emitem, principalmente ao amanhecer e entardecer.

https://youtu.be/ZM71-ELl_Is

quarta-feira, 16 de março de 2016

12º Sonho (8)



Enquanto vagueamos aparentemente sem destino pelas estepes da Mongólia, os pensamentos fluem serenamente, divagando também sem um destino certo.
Uma viagem a um destino como a Mongólia, significa a possibilidade de um despreendimento emocional e racional, permitindo-nos viver aquele instante, sentindo cada sensação com toda a plenitude merecida.
Quantas venturas nos reservam os próximos destinos...
E assim vamos sonhando... esperançosos.


Esta publicação será talvez a última desta temática - Sonhos:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/02/1-sonhos.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/6-sonhos-2.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/7-sonhos-3.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/8-sonhos-4.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/9-sonhos-5.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/10-sonhos-6.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/11-sonhos-7.html

segunda-feira, 14 de março de 2016

10º Sonhos (6)





Perdido à sua sorte num pedaço de papel, numa gaveta:
"Os sonhos têm de morrer para a realidade nascer."
[11-03-2016]

Enquanto sonhamos e  idealizamos os mais variados planos, pressupondo e equacionando as diferentes variáveis, o tempo vai passando, sorrateiramente, sem nos apercebermos.

A frase que citei é uma lembrança para agir, para ousar, para ser mais determinado nas escolhas que fazemos.
Quem sabe, pode dar certo e se não der, fica a aprendizagem.
Porque o tempo não fica suspenso para sonharmos indeterminadamente...
[17-03-2016]

Sonhos:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/02/1-sonhos.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/6-sonhos-2.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/7-sonhos-3.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/8-sonhos-4.html
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/03/9-sonhos-5.html