terça-feira, 1 de março de 2016

2º Viagens

"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência.
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para ondem tendem as estranhas forças centrifugas
Que são psiques humanas no seu acordo de sentidos.

Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta com várias pessoas.
Quanto mais personalidade eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultâneamente  sentir todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento.
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora."

(...)
Álvaro de Campos (104).


Assim começou mais uma jornada.



Antigamente decorava alguns poemas para poder recordar em qualquer lugar, ainda sei alguns de cor.
Agora o blogue auxilia-me nesta tarefa de recordar alguns textos que particularmente me interessam mediante várias circunstancias. E assim continuo a arquivar memórias, de uma forma mais ou menos organizada. Porque tudo acaba por se ligar de forma mais ou menos dispersa pelo tempo e sobretudo pelo pensamento.

[09-01-2016]

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