domingo, 31 de maio de 2020

Último - Afeganistão

افغانستان
Os Budas de Bamiyan, esculpidos nas encostas que protegem o vale com o mesmo nome, entre os séculos III e V, numa região onde o budismo prosperava. Inúmeros santuários e mosteiros foram construídos durante este período assim como duas grandes esculturas representando Buda, com 55 e 38 metros de altura) hoje desaparecidas.


Afeganistão, 1931.
Esculpido na encosta rochosa, o grande Buda com cerca 55 metros de altura.

sábado, 30 de maio de 2020

Adivinha - Arcadas


Todos com roupas semelhantes, na sombra das arcadas, partilham, saboreando a humildade e os valores que a sua religião evoca.
Onde fica?

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Vietname (296)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."




Lai Châu 
A cidade desvenda-se no centro do planalto, percorremos as ruelas, conhecemos pessoas, que nos contam as suas vidas, ainda feridas pela guerra, crianças nascidas com sequelas que herdaram dos avós que tiveram a infelicidade de sofrer as injustiças de outros. Um paraíso com tantas feridas, tanto sofrimento, ainda assim sorri e acredita na sua independência, liberdade, felicidade. Sonharam, acreditaram, planearam, lutaram conseguiram e as cicatrizes recordam a sua coragem face ao insustentável.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Vietname (295)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lai Châu
Desci as montanhas e descobri um planalto com uma pequena cidade, ou seria vila, rodeada por pequenos montes com formas cónicas, parece um mundo imaginário perdido num sonho de quem dorme sonhando com mundos longínquos e com culturas guardadas por um território sinuoso, que mantém os forasteiros distantes.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Vietname (294)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lai Châu

Vento
Pastor das nuvens
.”
Mário Quintana

Quase que o vento as levava todas ou teria sido o sol que partiu abraçado a elas… que se moldam à sua vontade, imaginamo-las assim pela leveza que por vezes sonhamos, quando somos transportados pelas suas formas, numa realidade ilusória.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Vietname (293)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lai Châu
Cada vez mais me aproximo do horizonte que cai num abismo, do qual se erguem montes com formas tortuosas, repetindo-se como ondas que vão e vêm sempre diferentes.  E as nuvens que dançam em torno dos cumes, dissimulando a vertigem… escodem vidas que seguem os seus hábitos e rotinas indiferentes à agitação das montanhas.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Vietname (292)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lai Châu
No horizonte suspenso erguem-se uns montes desconhecidos por momentos breves, sei que os vou conhecer e encantar-me com a sua singularidade… falta pouco para te encontrar, para te conhecer. Os socalcos dourados indicam-me o caminho… falta pouco, tão pouco.

domingo, 24 de maio de 2020

Algures na Islândia



Algures na Islândia, ou na terra do gelo, que pela cor da vegetação, não tardará a cobrir todo o território.
Pequenas casas com telhados de duas águas cobertos com a vegetação colorida que cobre as montanhas em redores. As janelas brancas contrastando com a madeira negra anunciam o seu uso e revelam o interior… que tentação seria espreitar e descobrir os hábitos dos seus habitantes.

Fonte:
https://www.instagram.com/p/CACov-jAItZ/?igshid=1gbv08n472t42

sábado, 23 de maio de 2020

Adivinha - Telhados


Os telhados anunciam a arquitectura tradicional que define os costumes da cultura que desbravou este território. A vegetação densa e o rio com as suas águas selvagens que vestem e formam as montanhas denunciam a nossa localização.
Onde fica?

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Vietname (291)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lai Châu
Depois de tornear montanhas vestidas com uma vegetação rebelde, surgem os primeiros arrozais dourados descendo em socalcos; sinto que estou quase a chegar… falta pouco para te encontrar… talvez no planalto que avisto ao longe… será que vou ali… tudo é incerto o que torna a viagem ainda mais mágica.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Vietname (290)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lai Châu
Evadi-me da realidade, talvez tenha adormecido, quem sabe, para despertar no topo das montanhas, cobertas de um verde esmeralda rico, salientado por um fundo azulado luminoso. Um novo amanhecer dos sentidos, parecendo que conseguia tocar nas nuvens que voavam levemente em nosso redor, beijando as montanhas, agitando a vegetação, refrescando-me… reluzindo uma eteriedade própria do sonho.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Vietname (289)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lai Châu
Montanhas sem fim, onde se escondem, nas encostas protegidas pequenas aldeias na beira do caminho que serpenteia o infinito. Imaginamos as vidas isoladas do mundo que conhecemos como nosso, que define a nossa identidade com a promiscuidade de uma certeza ilusória. O que pensam, o que sentem… serão livres… talvez, se forem também iludidos.

"[…]
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,

[…]"
Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 19 de maio de 2020

Vietname (288)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lai Châu
Onde a península se une ao continente chinês, montanhas formam-se dividindo os dois países. Povos nómadas vindos da China e da Tailândia escolheram este território escondido do mundo para criarem raízes mantendo trajes e costumes únicos; viajamos no passado ou para um mundo novo, não temos a certeza…   

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Vietname (287)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lào Cai
Sapa
Sa pa
Perseguimos as montanhas que se escondiam na neblina, por estradas serpenteantes, descobrimos um céu azul que desvendou um território quase indomável… E montanhas azuis que nos fizeram sonhar com o próximo destino.
Assim surgem sentimentos, nas curvas das montanhas, que escondemos na memória como segredos que nunca partilhamos.

domingo, 17 de maio de 2020

rio Li

漓江
"Trago no olhar visões extraordinárias, de coisas que abracei de olhos fechados."
Florbela Espanca

 

Um pôr do sol no rio Li, na China, que parece uma aguarela, técnica de pintura que terá surgido neste país há mais de 2000 anos.
A natureza evoca o lado artístico, um sentimento é capturado e registado mediante a sensibilidade do criador que desenvolve as suas técnicas inspirado pelo contexto que o rodeia.

Imagem retirada da Internet.
Fonte: Steve Vidler

sábado, 16 de maio de 2020

Adivinha - Ruelas


Uma rua pequena e estreita que no  escondida na sombra como um memória perdida de um passado onde talvez tenha sido uma das vias principais.
Onde fica?

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Vietname (286)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lào Cai
Sapa
Sa pa
Aproximo-me das águas do rio e das pedras que formam o seu leito e as suas margens. Não para um instante, assim como não param os dias, nem as noites… tudo continua.

"[...]
Vou vendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada.
Vejo os rastros que ele traz,
Numa sequência arrastada,
Do que ficou para trás.
Vou vendo e vou meditando,
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando,
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando.
Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali,
E do seu curso me fio,
Porque, se o vi ou não vi.
Ele passa e eu confio."
Fernando Pessoa

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Vietname (285)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lào Cai
Sapa
Sa pa
Os nossos sentidos absorvem a placidez do território que se desvenda timidamente atrás do seu véu natural.
Entre a neblina, os socalcos dourados, desenhados com contornos verdes, descem até ao rio selvagem e infantil que corre no vale, alimentando-o e encantando-o com a sua música.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Vietname (284)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lào Cai
Sapa
Sa pa
Um pórtico que betão que faz lembrar os pórticos japoneses, pela sua forma; no entanto tão precário, anuncia a entrada numa ponte suspensa ainda mais precária, que parece desafiar a gravidade.
A alguns metros de altura sobre um rio selvagem que percorre o vale, fazendo rolar as pedras, enquanto as vai esculpindo e polindo, lentamente ou violentamente.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Vietname (283)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lào Cai
Sapa
Sa pa
Tão os pequenos os grãos de arroz, tão frágeis, no entanto multiplicam-se cobrindo o vale e os socalcos de um dourado que anuncia a hora da colheita… daqui a uns meses perdem a sua casca e são cozinhados para saciar a fome de alguém que desconhecemos, como aquele pequeno grão de arroz que não distinguimos na multidão de folhagens.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Vietname (282)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lào Cai
Sapa
Sa pa
Ao longe as montanhas cónicas repletas vegetação tropical, diluídas pelo misterioso nevoeiro.
Um planalto recortado por socalcos vestidos de arrozais doirados que a pouco e pouco vão sendo ceifados, algumas casas ou abrigos; admiramos a beleza deste território humanizado, mas não encontramos ninguém, talvez o nevoeiro as tenha levado.

domingo, 10 de maio de 2020

Castelo de Palmira

قلعة فخر الدين المعني‎Qalaat Fakhr ad-Din al-Maani

Um castelo erigido sobre um monte sobranceiro à mítica e antiga cidade Palmira, erigida num oasis de palmeiras, no deserto Sírio.
Um território que aparece na história da humanidade há vários milénios, numa afluência de culturas e de impérios, que foram sucedendo num ciclo de conquistas e derrotas.
Hoje restam as ruínas que contam histórias inimagináveis, interpretadas por arqueólogos, desde o início do século XX.


O castelo funde-se nas encostas do monte, crê-se que desde o século XIII, localizado entre o rio Eufrates e o mar Mediterrânio, constituiu um importante ponto de paragem dos mercadores. 


Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais alto do que as águias pelo ar!
" *

Um castelo que vai sobrevivendo entre guerras e momentos de paz que parecem ilusões, oasis de tranquilidade. Talvez o amanhã acorde mais sereno…


P. S. 生日快乐!!!

Todas as Imagens foram retiradas da Internet.
Fontes:
https://live.staticflickr.com/8848/18021247730_f91908361a_b.jpg
https://ssl.c.photoshelter.com/img-get/I0000Sct62OC2y9o/s/1200/I0000Sct62OC2y9o.jpg
https://farm8.staticflickr.com/7860/46036208085_86f1c562d4_b.jpg

* Ruínas; Florbela Espanca

sábado, 9 de maio de 2020

Adivinha - Ruínas


"[…]
E deixa sobre as ruínas crescer heras,
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino das Quimeras!

[…]
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar… Deixa-os tombar."


Florbela Espanca

As ruínas são como fantasmas, repletos de emoções e sentimentos que mantêm o seu espirito vivo, num corpo que vai ruindo… até desaparecer.
Onde fica?

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Vietname (281)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lào Cai
Sapa
Sa pa
Um edifício simples com um poder transformador.
No recreio da escola a comunidade reúne-se, festejam, discutem ideias, enquanto no centro do edifício o seu líder histórico acena num fundo vermelho. A escola constrói ideais que formam pessoas, que por sua vez comunicam através de rotinas, de pensamentos, de tarefas, contribuindo para a criação de uma sociedade.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Vietname (280)

 Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lào Cai
Sapa
Sa pa
Um afinal que finalmente se debruçou, mergulhando de bruços numa realidade irrealista.
"[…]
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê,
Nem ver quando se pensa.

[…]"
Alberto Caeiro

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Vietname (279)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lào  Cai
Sapa
Sa pa
Um mercado que desce ruelas e sobre escadarias ingremes, cobrindo ruas e lojas, com guarda-sois improvisados, parecendo quase tendas, que protegem objectos coloridos vindos dos países vizinhos, afinal a China fica aqui tão. No meio de alimentos que reconhecemos, descobrimos novas formas e cores, legumes e frutas, plantadas pelos socalcos que esculpem as montanhas.
A energia dos mercados, das pessoas que se cruzam, vindas de aldeias vizinhas e nós que vimos de tão longe…

terça-feira, 5 de maio de 2020

Vietname (278)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."


Lào
Cai
Sapa
Sa pa
Um banco com a escala de crianças pequenas, que se juntam com os avós da aldeia, vestidos com roupas coloridas que misturam tradições e influências externas, trazidas por viajantes, trazidas por colonizadores. As pessoas adaptam-se, escolhem novas rotinas, novos hábitos e constroem novas vivências que resultam em transformações significativas no território.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Vietname (277)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."



Lào
Cai
Sapa
Sa pa
Durante a ocupação francesa no início do século XX foram construídos alguns edifícios públicos, organizando a pequena cidade refugiada no topo das montanhas.
Em 1930, foi construída esta igreja católica em pedra, trazendo símbolos do ocidente para um lugar tão distante, tão remoto, incutindo-lhe novas tradições, novas rotinas, novas crenças, novos rituais; construindo uma identidade e uma cultura mais próxima do ocidente europeu.

domingo, 3 de maio de 2020

Parque Kodachrome Basin

Mais um lugar para conhecer com um guia com formação em geologia, que nos contasse a história da terra, das suas criações, das suas esculturas. Numa viagem no tempo desvendamos um território cujas transformações remontam aos períodos do Pleistoceno e do Jurássico


No sul estado do Utah, podemos descobrir o parque Kodachrome Basin, localizado a quase 2000 metros de altitude.
A curiosidade pelo lugar e o seu nome;
"It was a beautiful and fantastic country. A mile to the left near the base of the cliff I could see red pinnacles thrust up from the valley floor. The few natives who had been here called this area “Thorny Pasture,” But we renamed it “Kodachrome Flat” because of the astonishing variety of contrasting colors in the formations." […] Fearing repercussions from the Kodak film company for using the name Kodachrome, the name was changed to Chimney Rock State Park; however, within a few years Kodak gave permission to rename the park Kodachrome Basin State Park."*


Pináculos ou colunas de arenito que chegam a atingir pouco mais de 50 metros de altura, formam-se neste território, apelidadas sandstones pipes; parecem apenas existir neste parque. 


Um relato de 1949 que me faz imaginar o entusiasmo de um arqueológo que parte à descoberta das ruínas de cidades ou civilizações antigas; ou de um viajante que conhece um país longínquo pela primeira vez, ou de uma criança que começa a reconhecer palavras nos textos que se parecem com sopas de letras indecifráveis.

"Our highest expectations were soon realized. What we saw was an arch–a new arch uncharted and unnamed! This striking natural bridge is carved from creamy rock, a rarity in a land of brilliant reds. Actually, it is a double arch, with the larger span on the end of a buttress that juts from the main sandstone butte. Near the anchor end, wind has blasted a smaller hole through the buttress.
Later a U.S. Geological Survey crew measured the gigante creation of erosion. It is 152 feet high, 99 feet wide, and only four feet thick at the top of the span. As far as we could learn, we were the first to find it. We named this feature ‘Grosvenor Arch’ in honor or Dr. Gilbert Grosvenor, President of the National Geographic Society, the man who, we all agreed, had done more than any other person to arouse public interest in geography.
"*

Em 1962, esta área foi finalmente reconhecida como um parque do estado… e novos exploradores amadores sonham visitar este território produzido pelas inúmeras transformações da Terra.


Todas as imagens foram retiradas da Internet.
Curiosidades sobre o nome do lugar:
* https://www.nationalgeographic.com/travel/intelligent-travel/2009/06/24/kodachrome_flat/
* anotações do escritor e fotografo Jack Breed

sábado, 2 de maio de 2020

Adivinha - Branco



Tecidos brancos pendurados nas arcadas de pedras arenosas, o que seriam… às vezes sentimo-nos assim despidos de cor e de texturas, despidos de emoções… como um vazio… lembro-me da Índia e do significado dos saris brancos… compreendo.
Onde fica?

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Vietname (276)

Việt Nam

O sentimento de patriotismo tão patente que nomeia uma importante cidade com o nome do seu soberano, num orgulho modesto que nos confunde.
"Độc Lập, Tự Do, Hạnh Phúc "
"Independência, liberdade, felicidade."

Lào
Cai
Sapa
Sa pa
Ideias que inspiraram uma revolução, uma luta pela liberdade, pela construção de uma sociedade mais igualitária. Uma utopia…
Porque é dia 1 de Maio, dia do trabalhador, pela luta dos seus direitos, da sua liberdade!
"Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.


De fato como podia
Um operário em construção
Compreender porque um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento


Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão
Era ele quem fazia
Ele, um humilde operário
Um operário em construção.
Olhou em torno: a gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.


Foi dentro dessa compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia "sim"
Começou a dizer "não"
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.


E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação.
- "Convençam-no" do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isto sorria.

Dia seguinte o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu por destinado
Sua primeira agressão
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras seguiram
Muitas outras seguirão
Porém, por imprescindível
Ao edificio em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo contrário
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher
Portanto, tudo o que ver
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário
Que olhava e refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria
O operário via casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!


- Loucura! - gritou o patrão
Nao vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção
."


Vinicius de Morais, Operário em construção.