" Depois de vagabundear incerto algum tempo por outros países, esqueço-me de quem sou, quase (...) O meio que nos envolve é também um pouco de nós, seguramente." (Mário de Sá-Carneiro; A Grande Sombra)
domingo, 5 de julho de 2020
Parque Nacional Sajama, Bolívia.
Vulcões.
Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha
No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal
Tudo é quente lá dentro... e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!
No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões...
Assim quando eu te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão, palpita e ruge em mim doida e fremente!
Florbela Espanca
Um parque situado na majestosa cordilheira dos Andes, considerada a mais comprida do mundo, estendendo-se através de 7100 km, ao longo do continente sul-americano e atingindo quase os 7000 metros de altitude.
O pequeno povoado de Sajama, protegida pelo vulcão com o mesmo nome, adormecido dizem, pelas neves eternas que cobrem o seu topo de branco. Suspiramos, admiramos a sua altitude imponente, sonhamos…
Na Bolívia, desvendamos o parque nacional Sajama, junto à fronteira com o Chile, apresentando a terra com um organismo em constante mutação, exprimindo-se através de geiser, de glaciares, de nascentes de água quente e de vulcões. A Terra impõe-se majestosamente, a comunidade local respeita-a protegendo-a como um lugar quase sagrado.
A cordilheira composta por montanhas e vulcões atravessa inúmeros países, desenhando o limite do continente junto ao oceano Pacifico.
Os vulcões gémeos Payachata, na fronteira entre o Chile e a Bolivia, ainda activos, cobertos de neve ignorando o calor interior, plácidos e indiferentes, parecem adormecidos pelo inverno.
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