"Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras."
Sophia de Mello Breyner
Na Reserva Nacional de Paracas, localizada a poucos quilómetros de Pisco, na costa que se desfaz em tons de vermelho até encontrar o mar de um azul intenso.
Um território árido que preserva o ecossistema marinho e as memórias da cultura do povo de Paracas.
Um nome peculiar dado aos ventos fortes que assolam este território.
Imagem retirada da Internet.
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