"Vivemos todos longínquos e anónimos; disfarçados, sofremos desconhecidos. A uns, porém, esta distância entre um ser e ele mesmo nunca se revela; para outros é de vez em quando iluminada, de horror ou de mágoa, por um relâmpago sem limites; mas outros ainda é essa a dolorosa constância e quotidianidade da vida.
Saber bem que quem somos não é connosco, que o que pensamos ou sentimos é sempre uma tradução, que o que queremos o não quisemos, nem porventura alguém o quis - saber tudo isto a cada minuto, sentir tudo isto em cada sentimento, não será isto ser estrangeiro na própria alma, exilado nas próprias sensações?Mas a máscara, que estive fitando inerte, que falava à esquina com um homem sem máscara nesta noite de fim de Carnaval, por fim estendeu a mão e se despediu rindo. O homem natural seguiu à esquerda, pela travessa a cuja esquina estava. A máscara - dominó sem graça - caminhou em frente, afastando-se entre sombras e acasos de luzes, numa despedida definitiva e alheia ao que eu estava pensando. Só então reparei que havia mais na rua que os candeeiros acesos, e, a turvar onde eles não estavam, um lugar vago, oculto, mudo, cheio de nada como a vida."
Fernando Pessoa
കൂടിയാട്ടം
KoodiyattamNuma viagem à Índia, descobrimos no Kerala, a antiga arte performativa que contem reminiscências do antigo teatro sânscrito. Todos os músculos da face se movem transmitindo as mais diversas emoções, contando histórias e lendas, que mal compreendemos encantados por todos os movimentos e expressões carregadas de uma beleza única.
Imagem retirada da Internet.
Fonte:
https://i.pinimg.com/originals/db/1f/a9/db1fa9c499af7f3d5f49ac50232da70c.jpg
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