Último

"Este auto-cromático de meninos a brincar no Egipto remonta ao início do século XX. Fazer um auto-cromático era um processo complicado, por isso a maioria das fotografias era montada e estática. É possível que este autocromático mais sincero tenha sido possível devido ao forte sol egípcio, fornecendo a quantidade certa de luz para um processo mais rápido."*

Fonte:

* https://www.natgeo.pt/fotografia-do-dia/2019/dezembro?image=191220-pod

FOTOGRAFIA DE JULES GERVAIS-COURTELLEMONT, NATIONAL GEOGRAPHIC

Laos (101)

 ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

República Democrática Popular do Laos  

ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

As montanhas juntas, lado a lado, como duas irmãs inseparáveis emergindo por um acaso do movimento das placas que cobrem o núcleo quente da terra. As duas irmãs nasceram unidas permanecendo junto a um rio que mais tarde surgiu, até que um dia a terra as engula novamente, num ciclo de transformações que duram para lá da nossa existência.

Laos (100)

ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

República Democrática Popular do Laos  

ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

As montanhas aproximam-se, mera ilusão, o nosso barco aproximou-se das margens; o verde ganhou novas texturas, tons e formas. 

"A beleza não tem causa. É. Quando a perseguimos apaga-se. Quando paramos - permanece."

Emily Dickinson

Adormecer do Sol

Algures no Japão

Contemplando as montanhas, nas quais o sol partiu, um castelo, sobranceiro ao lago que se tornou da cor do Sol, que fugiu como uma estrela cadente… 

Longsheng

龙胜梯田
A Victória do Dragão

Os terraços de arroz de Longsheng que descem as montanhas, recortando-as geometricamente, atribuindo ao território uma nova definição. 
Uma aldeia que pousa nas costas do dragão, alimentando-se do arroz produzido nos socalcos.

Imagem retirada da Internet.

Adivinha - Momentos Suspensos

 

Algures suspenso no mar, perdido num equilíbrio quase ilusório, mas de uma força infinita.
Onde fica?

Laos (99)

ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

República Democrática Popular do Laos  

ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

As montanhas afastam-se como um pórtico natural esculpido talvez pelo rio, poderoso, desejoso de chegar ao seu destino e unir-se com o mar, banhando-se na sua imensidão. 

Tão calmo, tão esperançoso, tão confiante… 

Laos (98)

ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

República Democrática Popular do Laos  

ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Uma crista de rochedos emerge da água, como um dragão escondido, entre as correntes, que se revela a pouco e pouco, camuflado pelas cores do rio.

Sonhos… as montanhas despedidas lembram-nos a presença do Homem e da sua voracidade de conquista…  

Laos (97)

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ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

As nuvens, as montanhas e o rio ondulando num ritmo que não conhecemos, envolto em emoções e sentimentos que não desvendamos, um desconhecido que cremos conhecer apenas por o navegarmos.

Leva-nos… numa jornada, dando-nos a conhecer a sua vida, o seu trajecto, aqui e ali, pontuado por pequenos segredos e mistérios… E as emoções parecem tão calmas… que ilusão… não o tentemos… respeitemos a sua paz, que é a sua maior oferta… 

Laos (96)

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ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Uma escarpa que quebra a vegetação, revelando o interior da montanha, a sua composição, a sua resistência, a sua força. Não conhecemos nada, desvendamos, supomos, inventamos; perdidos pela dúvida constante que nos afaga a curiosidade.

Laos (95)

ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

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ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Um passeio de barco, um sol radioso e as nuvens de há pouco agora quase longínquas. O arvoredo debruça-se sobre o rio doirado pela sua força, tocando levemente, como que agradecendo a vitalidade que as suas águas trazem.

Que paz! É o presente dizem... 

Larabanga, Gana

"A 13th century Mosque, believed to have been built by Moorish traders. It is one of the holiest sites in Ghana.It is believed that, this mosque of ancient architecture is the oldest mosque in Ghana; it houses an ancient holy Koran which is read once in a year or during a special ceremony."*

Numa vila pequena vila apelidada de Larabanga, encontramos uma das mesquitas mais antigas do Gana, considerada a Meca da costa ocidental africana.
Uma construção de adobe que se renova com a frequência da necessidade de intervenção. Uma construção cujas formas nos conquistam, pela plasticidade de um material tão simples e tão poderoso, esquecido pelo mundo contemporâneo ou privilegiado.

Imagem retirada da Internet.

Fonte:

*https://web.archive.org/web/20131029194623/http://www.ghana.travel/touring_ghana/historic_sites/larabanga_mosque/

Adivinha- Música

Tubagens tortuosas que emitem sons distintos ecoando pelas paredes, refugiando-se nas abobadas, nos esconderijos, como segredos ocultos.
Onde fica?

Adormecer do Sol

Uma surpresa que o sol nos reservou.
Caminhamos à deriva em direção às montanhas com os cumes cobertos de neve, onde o sol iria adormecer; assim descobrimos por acaso um castelo sem nome, inesperado rodeado de uma jardim, pensado até até ao milímetro. Um jardim feito por humanos e uma castelo sublime, cuja estética nos faz esquecer da sua função inicial.

Laos (94)

ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

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ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Nos céus as danças das nuvens que se contemplam vaidosas no espelho do rio.

"Volúpia

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças..."

Florbela Espanca

Logos - Transportes Públicos

Algures no Tibete, um grupo de pessoas aguarda animadamente pelo autocarro que as levará ao seu destino.

Por vezes não entendemos as línguas e os seus dialectos, então observamos os gestos e as expressões em busca de entender as conversas… observamos ainda mais atentamente, quase que os compreendemos…

As conversas aleatórias que se ouvem como episódios de uma novela com fim suspenso, que espicaça a curiosidade e quase nos fazem perseguir a pessoa que sai na paragem seguinte, atendendo ao seguinte episódio… talvez nos cruzemos amanhã e a história prossiga. 

"Às vezes esqueço-me disto.

Mas sempre que me lembro e posso, maravilho-me
a ver como esta inacreditável fauna humana germina.
Sento-me num café e fico uma hora inteira a ver
passar na rua as trinta mil pessoas da cidade.
Convencidas, vencidas, alegres, tristes, inquietas, calmas,
seguras, inseguras, deslizam como imagens num écran.
Naquele momento, dir-se-ia que cada uma concentra em si
o destino do mundo.
E, afinal, um segundo depois, não fica no seu caminho
o mais leve sinal de tanta significação que parecia ter.
Representou apenas um papel semelhante ao daqueles
protagonistas das tragédias e comédias contadas num jornal
que a criada amarrota, mete no fogão e queima."

Miguel Torga, in "Diário (1940)"

Laos (93)

ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

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Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Esqueci as aulas de física que contavam as histórias das nuvens decifrando o tempo futuro através da sua forma… guardei apenas a poesia dos sonhos… 

 

“Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...”
Mário Quintana

Laos (92)

ສາທາລະນະລັດ ປະຊາທິປະໄຕ ປະຊາຊົນລາວ

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Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Um céu límpido e esperançoso, pairando precisamente sobre nós.

Numa abertura entre as nuvens, desvendamos o céu azul, o rio dourado espelhando as margens cobertas de uma densa vegetação, sem vivalma; e as nuvens lá ao fundo ainda nos aguardam, para conhecermos as suas formas e força.

Grécia

Αμοργóς

Na ilha Amorgos, empoleirado numa encosta rochosa surge quase despercebido o mosteiro Panagia Hozoviotissima, do século XXI.

Imagens retiradas da Internet.

Fonte:
https://www.instagram.com/p/CSi-pV7oAIr/

Adivinha - Triste Lamento

"Angústia

Tortura do pensar! Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro, muito a sós,
Estrangular a hidra num momento!
E não se quer pensar! ... e o pensamento
Sempre a morder-nos bem, dentro de nós ...
Querer apagar no céu – ó sonho atroz! –
O brilho duma estrela, com o vento! ...
E não se apaga, não ... nada se apaga!
Vem sempre rastejando como a vaga ...
Vem sempre perguntando: «O que te resta? ...»
Ah! não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!"
Florbela Espanca

Os edifícios calam o sofrimento humano…
Onde fica?

Laos (91)

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Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Um barco esbelto azulado e vermelho, nos tons da natureza que o rodeia… navegando, procurando… 

"Procura a maravilha.

Onde um beijo sabe
a barcos e bruma.

No brilho redondo
e jovem dos joelhos.

Na noite inclinada
de melancolia.

Procura.

Procura a maravilha."

Eugénio de Andrade

Vidas

As crianças sorriem livremente sem as amarras do preconceito, com a leveza do instante, levada pela emoção, como uma brisa doce que desperta a inocência.

A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano.
Victor Hugo

Um elefante órfão cumprimenta alunos que visitam o Parque Nacional Tsavo East, no Quénia. No parque, os elefantes órfãos (devido a caçadores furtivos) vão passar anos a recuperar até que possam ser reintegrados com segurança na natureza.*

Imagem retirada da Internet.

Fonte:

*https://www.natgeo.pt/fotografia-do-dia/2020/novembro?image=pod-20-11-2020_nationalgeographic_1422698

FOTOGRAFIA DE MICHAEL NICHOLS, NAT GEO IMAGE COLLECTION

Laos (90)

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Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

A cor intensa, ora espelhada ora movida por redemoinhos que confundem a direção da corrente, ainda assim esmagadora.

As terras são levadas, o barro torna-se macio, moldável pela sua forma liquida, intocável. 

Adormecer do Sol

O sol desapareceu no horizonte definido por jardins desconhecidos, que construímos com a nossa imaginação… não tarda virá o luar para os sonhos crescerem… 

"Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver."

Sophia de Mello Breyner

Laos (89)

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República Democrática Popular do Laos  

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Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

A cor do rio lembra-nos a sua liberdade, correndo livremente, encontrando o seu caminho…

"Também eu acreditei nos outros e perdi-me como numa floresta. Estava tão confuso que julguei não poder mais encontrar o caminho. Conheci múltiplas religiões diferentes. Todas se louvam a si mesmas. Todas se foram propagando [...]"
Leon Tolstoi

Paquistão

Algures no Paquistão umas ruínas com os azulejos azul turquesa que deslizam com o tempo, sucumbindo às intempéries do abandono.

 

Imagem retirada da Internet.

Fonte:
https://www.flickr.com/photos/56359677@N02/galleries/72157626080770014

Adivinha - Cidadela

Uma fortaleza que protege uma cidadela branca, perdida num mar como uma pérola secreta… 
E no topo uma bandeira que me denuncia, balançando ao vento a resposta…
Onde fica?

Laos (88)

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ແມ່ນ້ຳຂອງ

Rio Mekong

ປາກແບ່ງ

Pak Beng

Lido por aí:
“A felicidade é a ânsia de repetição.”

Na terra de pés descalços, duas gerações distintas unidas pelo afecto, marcando ciclos de vivências, de hábitos, de sentimentos, de valores.

Impressões

 

Gruisson eleva-se num pequeno monte acastelado, na encosta francesa pelo mar mediterrâneo.
Os telhados rodeiam o monte, protegendo o castelo, dos invasores marinhos, que surgem das águas turquesas e mornas, quase inofensivas. 

Quase que sentimos o perfume das plantações de alfazema que cobrem os terrenos da Occitânia. 

Imagem retirada da Internet. 

Indiferença

Indiferentes à política, à liberdade… 

Indiferentes à política de  actores …  

Indiferentes aos valores e à sociedade… 

"Coimbra, 10 de Outubro de 1955 - Consola-se a gente de ver como esta barcaça capitalista mete água por todos os lados e se afunda lentamente, para dar outra vez a outra navegação…. algum dia o dorido coro da tragédia da história havia de subir também ao palco a representar. O papel que ele fará, ninguém sabe. Mas é de esperar que não fique abaixo dos actores que o precederam. Pelo menos saberá mostrar nas tábuas o que é preciso demonstrar de uma vez para sempre: que a liberdade do homem é um destino."

Diário VIII - Miguel Torga p.10-11

Uma ilustração de Marco Melgrati:

Politicians' Lies (2016) for Modern Filosofi 

Imagem retirada da Internet.

Fonte:

https://www.instagram.com/p/B1oRBS4IQLE/