" Depois de vagabundear incerto algum tempo por outros países, esqueço-me de quem sou, quase (...) O meio que nos envolve é também um pouco de nós, seguramente." (Mário de Sá-Carneiro; A Grande Sombra)
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
Último
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
Último
Os agricultores trabalham os campos junto à famosa escarpa afegã esculpida com vários nichos com representações de Buda que datam do IV e V séculos, em Bamiyan.
Imagem retirada da Internet.
Fonte:
https://www.instagram.com/p/CVe7GP2IqKH/
Fotografia de Steve McCurry, 1992.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
Último
Uma fotografia com sabor a passado, pelo preto e branco, pelos trajes tradicionais.
"Todos os homens vivem e agem, em parte, segundo as suas próprias ideias e, em parte, segundo as ideias alheias. Uma das principais diferenças que existem entre os seres humanos consiste na medida em que se inspiram nas suas próprias ideias ou nas dos seus semelhantes. Uns limitam-se a servir-se das suas ideias como de um jogo intelectual, usam a razão como a roda de uma máquina da qual houvessem tirado a correia transmissora, submetendo os actos às ideias dos outros, ou seja, aos seus costumes, tradições e leis. Outros consideram que as suas ideias constituem o principal motor da actividade que desenvolvem e quase sempre obedecem às exigências da sua razão. Só de vez em quando, depois de uma apreciação crítica, se guiam pelas normas dos outros."
Leon Tolstoi.
Imagem retirada da Internet.
https://www.arabnews.com/node/1903371/saudi-arabia
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
Último
Algures num tempo passado, um registo na margem de um rio talvez, um barco atracado, que será levado pelo vento e pelas correntes.
"Sê paciente; esperaque a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça."
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
Adormecer do Sol
Algures junto ao mar, que se renova a cada onda, o sol deita-se neste anseio de renovação constante...
"Amor Vivo
Amar! mas d'um amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
D'uma douda cabeça escandecida...
Amor que vive e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser — e não só beijos
Dados no ar — delírios e desejos —
Mas amor... dos amores que têm vida...
Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipa-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...
Nem murchará do sol á chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra débeis amores... se têm vida?"
Antero de Quental
domingo, 26 de dezembro de 2021
Alpes Suíços
Uma viagem que poderia servir de cenário ás aventuras do detetive Poirot e as suas a bordo dos mais famosos percursos pela Europa
O Glaciar Express, numa jornada pelos Alpes Suíço que liga St Moritz a Zermatt, passando por 91 túneis e 291 pontes, dando uma visão dos cenários mais idílicos suíços.
Imagem retirada da Internet.
Fontes:
https://www.mystsnet.com/en/download/experience-glacier-express/?wpdmdl=16684&refresh=5e60b7a0e61841583396768
https://www.myswitzerland.com/pt/interesses/glacier-express/
sábado, 25 de dezembro de 2021
Árvore de Natal
Uma ilustração de dezembro de 1848, representando a Rainha Victoria, o Príncipe Alberto e os seus filhos admirando a árvore de Natal. Várias variações da imagem começaram a circular, popularizando esta tradição festiva.
Um pequeno excerto que conta a tradição trazida do Norte pela família Anderson, para a casa do Campo Alegre, atualmente pertencente ao Jardim Botânico do Porto.
"Era uma festa de mil cores, pantagruélica, ampliada de generosidade que começava no dia em que a tia Teodora ia à mata com o Sezé escolher cuidadosamente qual seria o pinheiro a deitar a baixo para se colocar no cento do átrio do Campo Alegre. A escolha metia sua leitura. Não servia qualquer pinheiro. Tinha de ser alto, pelo menos quatro metros, precisava de uma copa que abrisse lentamente, bem forrado, quantas mais pinhas melhor, tronco não muito avantajado, pruma bem verde para durar até aos Reis quando se levantava arraial daquela praça familiar. [...] Passados dias, geralmente um semana antes da Consoada, Sezé convidava-me para assistir ao bota-abaixo do pinheiro. Chamava o Pereira, pegava na corda de ancorar, como ele dizia, que ficava presa à distância para garantir a queda para um determinada direcção, avisava o Pereira da atenção que era preciso ter para que o pinheiro não partisse nenhum dos ramos. A operação decorria melindrosa e só de pleno êxito quando o pinheiro escolhido ficava titubeante entre os dois outros pinheiros, amparado nas copas que o não deixavam vir a baixo para quebrar. Sezé tratava o pinheiro como um eleito para a festa. Não percebia muito bem porque se venerava tanto um pinheiro que em Santa Cruz do Bispo só servia para lenha e para acalmar o gado, [...] O pinheiro, aquela devoção da árvore, fazia muita confusão ao Sezé. Aqueles metros de pinheiro vibravam uma sensação de verdade pagã que ele ainda não havia descoberto. Contactava um mistério da natureza, arrastava-se a um espírito báltico [...]
Feita esta operação, o pinheiro assentava-se em cima do carro de bois e caminhava a procissão ao longo da avenida dos plátanos que ligava a mata à parte nobre dos jardins, perto do campo de ténis. [...] Eu saltava de contente, aquele pinheiro era o Natal, razão máxima de vários dias de alvoroço, [...].
Assentada aquela estátua vegetal em plena praça pública da família, ficava aguardando que a vestissem, o que demorava quase sempre dois ou três dias, já que os jardineiros tinham de encher de verdura a base do pinheiro e aliviá-lo onde a confusão de ramos não permitisse uma ornamentação a capricho. Depois, as noites passavam-se a enfeitar o pinheiro, trabalho em que todos queriam participar. Havia quem só segurava numa bola colorida e logo desandava sem paciência para mais. Dois escadotes permitiam fazer o trabalho de envergadura, a começar dos altos para o rés-do-chão da árvore, como quem termina o prédio de cidade. [...]
Primeiro, colocava-se no topo uma estrela grande, como que anunciando a vinda do Redentor. Anos havia em que a estrela era substituída por enorme sino, sino de belém, convocando o mundo para uma nova era. A seguir cobria-se a árvore com uma espiral de prata, rematada na base da copa por um debrum que eu cá em baixo segurava, atento à manobra, enquanto não havia ordem para largar. [...]
A segunda parte da ornamentação, no dia seguinte ao do prateamento do pinheiro, começava pela suspensão de estrelas, de pássaros de vidro multicolor, de luminosas esferas prateadas boquiabrindo-se em mossas de outra cor, de chocolates em forma de gatos, coelhos, esquilos, bichos de variadas origens. depois seguia-se a vez dos crackers, delícia e delírio de todos que descobriam surpresas ao rebentar o cartuchinho que escondia um chapéu de papel , um assobio de latão ou anel para menina. Tudo era misturado com círculos prateados, mais estrelas, rebuçados em forma de ananás, morango, pêssego , frutas cristalizadas, prendas, carros e, pela primeira vez me lembra, uma avião biplano. Novo brinquedo alemão que espantava pela minucia do construtor. A árvore actualizava-se de simbolismo, verdadeiro conjunto de história enraizada num paganismo cristão sempre em dia com o que de mais importante se passava, em outras terras. Douravam-se nozes, e com paciente trabalho se realizava miniaturas, a tia Teodora vestia de cores bonecos de neve com cachimbo fumegando em algodão, carros puxados a parelhas de oito cães, cabanas protegidas das tempestades de neve por grande defesa de madeira empilhada. Tudo era cuidadosamente mirado, pintado, passado de dedo a dedo numa volta bem requintada, até que a sua voz de já está pronto se fazia transportar para um dos lugares mais vazios da árvore de Natal."
Ruben A.; O Mundo à minha procura.
Fonte:
https://www.nationalgeographic.com/travel/article/christmas-tree-customs
sexta-feira, 24 de dezembro de 2021
Sonho
Um pequeno televisor numa noite em que os sonhos rejubilam soltando-se, crescendo, imaginando com um universo que não nos é percetível. O céu quase negro nas noites das cidades revela segredos que ansiamos desvendar, conquistar, dominar. O conhecimento impera pela sagacidade de curiosidade, de sonho, de magia…
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte —
Os beijos merecidos da Verdade."
Imagem retirada da Internet.
Fonte:
* https://www.natgeo.pt/fotografia-do-dia?image=pod-24-12-2020_nationalgeographic_617644-large
FOTOGRAFIA DE BRUCE DALE, NAT GEO IMAGE COLLECTION
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
Laos (148)
A vegetação densa quase que nos faz esquecer que estamos num meio urbano, repleto de edifícios, viaturas e pessoas que surgem em todas as ruas.
José Luís Peixoto
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
Laos (147)
Há pouco eramos nós ali no barco seguindo o curso das águas, em busca de um abrigo em terras firmes.
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
Laos (146)
segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
Laos (145)
domingo, 19 de dezembro de 2021
O vulcão Llullaillaco
Uma longa exposição mostra o movimento das estrelas sobre Llullaillaco, na Cordilheira dos Andes, Chile. O pico deste vulcão adormecido tem mais de 6700 metros de altura e entrou em erupção pela última vez em 1877.
Imagem retirada da Internet.
Fonte:
https://www.natgeo.pt/fotografia-do-dia/2020/novembro?image=pod-04-11-2020_nationalgeographic_52788
FOTOGRAFIA DE MARIA STENZEL, NAT GEO IMAGE COLLECTION
sábado, 18 de dezembro de 2021
Adivinha - Fortaleza
"Ilha próxima e remota,
Que nos ouvidos persiste,
Para a vista não existe.
Que nau, que armada, que frota
Pode encontrar o caminho
À praia onde o mar insiste,
Se à vista o mar é sozinho?"
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Adormecer do Sol
“O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o Sol
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o Sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do Sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do Sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa..”
Alberto Caeiro
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
Laos (144)
“Em rigor, não tomamos decisões, são as decisões que nos tomam a nós.”
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
Laos (143)
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
Laos (142)
José Saramago
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
Laos (141)
domingo, 12 de dezembro de 2021
Tigré
ኢትዮጵያ ፌዴራላዊ ዲሞክራሲያዊ ሪፐብሊክ
Imagem retirada da Internet.
Fonte:https://www.outdoorphotographyguide.com/article/trip-report-rock-hewn-churches-ethiopias-tigray-region/#
sábado, 11 de dezembro de 2021
Adivinha - Torre
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Laos (140)
quinta-feira, 9 de dezembro de 2021
Laos (139)
"Uma opinião que se tem passa pela pessoa que somos e não pelas razões para a ter. É por isso que todos têm opinião e poucos informação para isso. Mas é por isso também que a mesma informação pode dar opiniões contrárias. Porque tudo se pode trocar, menos a pessoa que se é."
Vergílio Ferreira
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
Laos (138)
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
Adormecer do Sol
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
Laos (137)
domingo, 5 de dezembro de 2021
Burkina Faso
sábado, 4 de dezembro de 2021
Adivinha - Passagem
Uma entrada e no seu topo uma figura que nos parece acenar… quem seria? afinal esquecemos a história ou nem a ouvimos tal a concentração dos olhos que tudo pareciam querer guardar.
Onde fica?
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
Laos (136)
"A saudade não está na distância das coisas, mas numa súbita fractura de nós, num quebrar de alma em que todas as coisas se afundam."
Vergílio Ferreira
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
Impressões
Ilha Terceira
Imagem retirada da Internet.
Fonte:
https://www.instagram.com/p/CIgcIjqDpFL/?igshid=1frwjt21jswsb
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
Indiferença
"Descending into an icy tunnel 17,000 feet up in the Peruvian Andes, the 44-year-old miner stuffs a wad of coca leaves into his mouth to brace himself for the inevitable hunger and fatigue. For 30 days each month Apaza toils, without pay, deep inside this mine dug down under a glacier above the world's highest town, La Rinconada. For 30 days he faces the dangers that have killed many of his fellow miners—explosives, toxic gases, tunnel collapses—to extract the gold that the world demands. Apaza does all this, without pay, so that he can make it to today, the 31st day, when he and his fellow miners are given a single shift, four hours or maybe a little more, to haul out and keep as much rock as their weary shoulders can bear. Under the ancient lottery system that still prevails in the high Andes, known as the cachorreo, this is what passes for a paycheck: a sack of rocks that may contain a small fortune in gold or, far more often, very little at all."
[…]
O dinheiro cheira a pobre e cheira
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
«Ganharás o pão com o suor do teu rosto»
Assim nos foi imposto
E não:
«Com o suor dos outros ganharás o pão»
excerto do poema de Sophia de Mello Breyner, As Pessoas Sensíveis.
terça-feira, 30 de novembro de 2021
Último
Fontes:
https://www.natgeo.pt/fotografia-do-dia?image=pod-20-12-2020_nationalgeographic_942268
FOTOGRAFIA DE JOHN PATRIC, NAT GEO IMAGE COLLECTION
segunda-feira, 29 de novembro de 2021
Laos (135)
domingo, 28 de novembro de 2021
Bolzano, Itália.
Seria algures na província Bolzano, na Itália que poderíamos encontrar este lugar? A dúvida permanece por enquanto…
Uma região cujas montanhas clarificam quanto a esta dúvida; montanhas que formam a fronteira entre a Áustria, a Suíça e Itália; uma região onde a língua predominante é o alemão, relembrando as origens deste território que manteve tradições para lá das mudanças de fronteiras administrativas.
sábado, 27 de novembro de 2021
Adivinha - Despertar do Sol
Tu, que eu não vejo, e estás ao pé de mim
E, o que é mais, dentro de mim — que me rodeias
Com um nimbo de afectos e de idéias,
Que são o meu princípio, meio e fim…
Que estranho ser és tu (se és ser) que assim
Me arrebatas contigo e me passeias
Em regiões inominadas, cheias
De encanto e de pavor… de não e sim…
És um reflexo apenas da minha alma,
E em vez de te encarar com fronte calma,
Sobressalto-me ao ver-te, e tremo e exoro-te…
Falo-te, calas… calo, e vens atento…
És um pai, um irmão, e é um tormento
Ter-te a meu lado… és um tirano, e adoro-te!"
Antero de Quental
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
Laos (134)
Marco Aurélio
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
Laos (133)
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
Laos (132)
terça-feira, 23 de novembro de 2021
Laos (131)
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
Laos (130)
domingo, 21 de novembro de 2021
Arrozais Chineses
Os arrozais que cobrem uma parte importante do território de alguns países asiáticos, cativam-nos, pela geometria, pela mestria da água, pela singularidade da planta que produz arroz.
Imagem retirada da Internet.
Fonte:
https://www.instagram.com/p/CWfqO6VthXb/?utm_medium=share_sheet
sábado, 20 de novembro de 2021
Adivinha - Passagem
Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;
Ou, vendo o mar das ermas cumeadas
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longo, no horizonte, amontoadas:
Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão e empalideces
O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações."
Antero de Quental
sexta-feira, 19 de novembro de 2021
Laos (129)
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
Laos (128)
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Adormecer do Sol
"Entre SombrasVem ás vezes sentar-se ao pé de mim
— A noite desce, desfolhando as rosas —
Vem ter commigo, ás horas duvidosas,
Uma visão, com azas de setim...
Pousa de leve a delicada mão
— Rescende amena a noite socegada —
Pousa a mão compassiva e perfumada
Sobre o meu dolorido coração...
E diz-me essa visão compadecida
— Ha suspiros no espaço vaporoso —
Diz-me: Porque é que choras silencioso?
Porque é tão erma e triste a tua vida?
Vem commigo! Embalado nos meus braços
— Na noite funda ha um silencio santo —
N'um sonho feito só de luz e encanto
Transporás a dormir esses espaços...
Porque eu habito a região distante
— A noite exhala uma doçura infinda —
Onde ainda se crê e se ama ainda,
Onde uma aurora igual brilha constante...
Habito ali, e tu virás commigo
— Palpita a noite n'um clarão que offusca —
Porque eu venho de longe, em tua busca,
Trazer-te paz e alivio, pobre amigo...
Assim me fala essa visão nocturna
— No vago espaço ha vozes dolorosas —
São as suas palavras carinhosas
Agua correndo em crystalina urna...
Mas eu escuto-a immovel, somnolento
— A noite verte um desconsolo immenso —
Sinto nos membros como um chumbo denso,
E mudo e tenebroso o pensamento...
Fito-a, n'um pasmo doloroso absorto
— A noite é erma como campa enorme —
Fito-a com olhos turvos de quem dorme
E respondo: Bem sabes que estou morto!"
Antero de Quental
O fugindo da cidade de inverno, escondendo-se para lá do horizonte escondido pelas vidas que se sobrepõem massivamente neste pequeno pedaço de terra.
terça-feira, 16 de novembro de 2021
Laos (127)
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
Laos (126)
Uma ânsia cruel de liberdade
Agita e abala as formas fugitivas."
Antero Quental
domingo, 14 de novembro de 2021
Vietname
Imagem retirada da Internet.
Fonte:
https://www.flickr.com/photos/phil_marion/31722054383/in/photostream/
sábado, 13 de novembro de 2021
Adivinha - Mar
Espantado meu olhar com teus cabelos
Espantado meu olhar com teus cavalos
E grandes praias fluidas avenidas
Tardes que oscilam demoradas
E um confuso rumor de obscuras vidas
E o tempo sentado no limiar dos campos
Com seu fuso sua faca e seus novelos
Em vão busquei eterna luz precisa"
As ruínas de um refúgio vigilante sobre o mar.
Onde fica?
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Laos (125)
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre ideias e espíritos pairando...
Que é o mundo ante mim? fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre vácuo insondável rastejando...
E d'entre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
É a queixa, o profundíssimo gemido
Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só pressentido..."
Antero de Quental,