Na religião de Zoroastro tornou-se o intermediário entre os deuses e os homens, lutando incessantemente contra o espírito do mal e da obscuridade, Angra Mayniu ou Ahriman, e sendo o defensor de Ahura Mazda, o deus do Bem. Mitra é o juiz das almas, defendendo tenazmente a verdade contra a mentira e a falsidade. É também o Bom Pastor, o Messias Redentor, a Verdade e a Luz.
Posteriormente tornou-se o senhor único de um culto solar denominado mitraísmo, religião secreta que surgiu cerca do século VI a. C. na Pérsia e se disseminou pelo Oriente e pelo Império Romano no século I a. C. Foi uma das religiões que mais oposição colocou ao Cristianismo pois teve uma aderência muito grande dos funcionários da Administração, dos comerciantes e do exército (talvez porque a luta estava ligada à defesa da pureza espiritual) quando se romanizou e na Grã-Bretanha havia um templo que lhe era dedicado. Para se entrar para esta religião era necessário passar por sete fases de iniciação, representadas por máscaras."*
Coincidências estudadas pelos historiadores e arqueólogos, interpretando o perdido entre testemunhos díspares. Nas ruinas de Mithraeum descobertos debaixo ou ao lado de igrejas- lugares escondidos em caves, nos subsolos, que escondem um culto de mistérios com origens persas.
"Pôs-se a hipótese de o Cristianismo se ter baseado nesta primitiva religião, talvez para que não fosse completamente nova e desconhecida e ser assim mais facilmente aceite. Pode-se verificar que a vida de Mitras decorreu exatamente como a de Jesus Cristo: nasceu, no dia 25 de dezembro, de uma virgem; foi adorado por reis magos e pastores; viajou durante a sua vida ensinando e fazendo milagres; teve doze discípulos; celebrou uma última ceia; foi morto e sepultado num túmulo na rocha; e, por fim, ressuscitou por volta do dia 21 de março (no equinócio da primavera), três dias depois de ter sido sepultado e subido ao Céu. O mitraísmo incluía rituais celebrados ao Domingo e sacramentos, celebrando também a Páscoa. A tudo isto se junta ainda o facto de Santo Agostinho ter dito que o Deus que ele adorava era o mesmo que o dos mitraístas.
Nas representações o Deus Mithras surge a sacrificar um touro, ritual acreditado por alguns que se mantém até aos nossos dias através das touradas. Os trajes dos forcados mantêm as boinas e as capas, num revivalismo pouco conhecido ou fundamento.
Num mundo de coincidências de transformações e apropriações, reinventamo-nos sobre raízes profundas que tecem emaranhados da quase indecifrável História da Humanidade.
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***culte de Mithra, dieu d’origine indo-iranienne.
Le mithraïsme est probablement introduit dans l’Empire par les militaires romains et les marchands orientaux et se répand à la fin du Ier siècle. Ce culte à mystères, réservé aux hommes, séduit d’abord les élites, puis se diffuse dans toutes les couches de la société.
**Imagem:
L’œuvre proviendrait d’une grotte située sur le chemin conduisant du Forum Romain au Champ de Mars et traversant la colline du Capitole. Des dessins anciens (1555, 1700 et 1841) permettent de connaître ses restaurations depuis sa découverte.
Capitole, Rome, Italie
Relief représentant Mithra, dieu iranien du Soleil, sacrifiant le taureau
Vers 100-200 après J.-C.
Marbre
H. 2,54 ; l. 2
,75 ; ép. 0,80 m
Paris, musée du Louvre
Sobre a imagem:
"Le dieu Mithra porte le bonnet phrygien et le pantalon iranien, qui soulignent son origine orientale. Les premières traces de son culte sont attestées à Rome à l'extrême fin du Ier siècle après J.-C. Sa fête est célébrée le 25 décembre ; c'est la date qui est choisie par les Chrétiens pour célébrer la naissance du Christ au IVe siècle."
* https://www.infopedia.pt/$mitra
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