[Horas Más*]
Escrever é compensador, libertador, seja com uma caneta ou um lápis, aquilo que permita acompanhar a fluidez do pensamento.
Podemos escrever numa folha solta sem destino e queimá-la de seguida
As palavras tornam-se cinzas, o pensamento recupera a sua frescura e a consciência a sua calma.
Ou podemos guardar a folha como um segredo que não conseguimos partilhar... E as palavras repousam adormecidas, até que a coragem as denuncie.
À noite as palavras surgem juntando-se, formando frases, formulando pensamentos, afugentando o sono aparentemente inevitável.
E as horas passam anunciadas pelos barulhos habituais de cada madrugada.
O que fazer, o que pensar...
Mais uma vez o nevoeiro veste a noite com uma cor que pertence a uma hora crepuscular, sem o ser.
O que virá?
Até que a caneta não se move...
Mas os pensamentos voltam e relembro um vasto território... que invadiu de novo o meu pensamento.
Fica para amanhã!
[29-12-2016]
*O titulo desta publicação é também o título de um conto - La Mala Hora; Gabriel García Márquez.
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