quinta-feira, 30 de junho de 2016

Último - Hospital Real de Todos os Santos, Lisboa.

O hospital  Real de Todos os Santos foi construído na passagem do século XV-XVI , configurando a praça do Rossio, em Lisboa. Até que o terramoto de 1755 e um incêndio o destruíram.
"Painel de azulejos de oficina de Lisboa, da 1ª metade do século XVIII () existente no Museu da Cidade, Lisboa, onde no primeiro plano aparecem tipos populares a comercializam bens de consumo e, no lado esquerdo é representado o Chafariz de Neptuno, equiparado ao dedicado a Apolo, existente no Terreiro do Paço. O Hospital Real de Todos-os-Santos tinha fachada virada para o Rossio e fora mandado erigir por D. João II em 1492, mas a sua construção só terminou no reinado de D. Manuel I, nos primeiros anos do século seguinte. Edifício de vanguarda na época, acolheu os primeiros internamentos em 1502, com regimento e estatuto de Escola de Medicina e o número de enfermarias foi crescendo ao longo do tempo: 3 (1504), 16 (1520) e 25 (1715). O Hospital Real de Todos-os-Santos foi desactivado na sequência do Terramoto de 1755, ocorrido a 1 de Novembro desse ano, o qual foi responsável pela destruição quase completa da cidade de Lisboa e foi substituído depois pelo Hospital Real de São José, no que restou do colégio de Santo Antão da Companhia de Jesus.(Rui Carita)" (1)
Fachada principal do Hospital Real de Todos os Santos, voltada para a praça do Rossio. Destaca-se ao cimo da escadaria a fachada manuelina da igreja do hospital. Desenho do séc. XVIII, coleção Prof. Dr. Jaime Celestino da Costa. (2)

Mais um pormenor do portal manuelino,

Alguns links com mais alguma informação:

1)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_Real_de_Todos_os_Santos#/media/File:Hospital_Real_de_Todos-os-Santos,_c._1740.jpg

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=395548

2)
http://desvendando-historia.blogspot.pt/2006/08/o-real-hospital-de-todos-os-santos-do_06.html

https://issuu.com/bythebook/docs/anastasia_issuu

Última imagem:
http://cidadelusa.blogspot.pt/2014/04/como-era-lisboa-antes-do-terramoto-de.html

Mamallapuram, Índia (2)

Panch Rathas, Mamallapuram.
O complexo de santuários monolíticos escavados na rocha pelos Pallavas no século VII, foi um sitio que visitei em Tamil Nadu que nunca esquecerei.
Panch - cinco; em homenagem aos cinco irmãos Pandava, heróis da epopeia Mahabharata e da rainha Draupadi.
Rathas - "temples in the form of chariots"
Os Pallavas descobriram esta enseada coberta de rochas e decidiram esculpi-las, converte-las em templos... transformaram este lugar, perceberam a sua essência e transmitiram-lhe a sua cultura, que perdura até aos nossos dias enquanto um testemunho surpreendente. E imaginar este lugar no século VII, ainda torna a visita ainda mais mágica.
E as histórias, lendas criadas em torno destas personagens, deuses, quanta imaginação ou sabedoria?
E o povo indiano é sempre tão hospitaleiro, tão generoso, é impossível não sentir a sua energia palpitante.

O primeiro templo à esquerda, o menor do conjunto, Ratha de Draupali, é uma réplica de um santuário tribal de colmo dedicada à deusa Durga.
De costas para o elefante, um leão - Leão em Repouso - a montada de Durga.
 Vários grupos de alunos a visitarem o seu património.
Ratha de Bhima, cuja planta tem uma forma retangular e uma cobertura em abobada de canhão. Existe também um piso inferior inacabado. Bhima era um dos irmãos Pandava conhecido pela sua força.
No último plano, a Ratha de Dharmaraja, com três pisos esculpidos e uma cúpula octogonal.
O Ratha de Nakul Sahdeva (gémeos Pandava) cuja forma absidal ou fajaprishta se assemelha ao dorso de um elefante. Curiosamente a seu lado foi esculpido um elefante. 

Ratha Arjuna
Templo com dois pisos que contém uma representação de Shiva inclinado sobre a sua montada, o touro Naudi. No exterior foram representados casais reais, entre outras figuras.
A fotografia para registar o momento em frente à Ratha de Bhima.

Continua...
1ª Parte:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/06/mamallapuram-india-1.html

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Mamallapuram, Índia (1)

Mamallapuram [tâmul மகாபலிபுரம்] fica também no distrito de Kanchipuram [mensagem anterior]. Esta zona junto ao golfo de Bengala foi um importante porto fundado pelo rei pallava Narasimha Varman I.
Este complexo foi classificado como Património da Humanidade pela UNESCO, o território no qual se insere caracteriza-se por uma série de rochedos, rochas, alguns deles talhados de forma a receberem templos decorados com inúmeros relevos considerados paradigmas da cultura e da arte pallava.

"This group of sanctuaries, founded by the Pallava kings, was carved out of rock along the Coromandel coast in the 7th and 8th centuries. It is known especially for its rathas (temples in the form of chariots), mandapas (cave sanctuaries), giant open-air reliefs such as the famous 'Descent of the Ganges', and the temple of Rivage, with thousands of sculptures to the glory of Shiva."*

Legendar estas fotografias passado alguns anos, não é exatamente fácil... se alguma estiver errada... corrijam-me.

Mandapa de Krishna
Templo em baixo relevo que retrata Krisna a erguer o monte Govardhan para proteger os seus fieis das chuvas torrenciais.




Penitência de Arjuna/ Descida do Ganges
Este baixo relevo representa a descida do rio Ganges do céu, que aconteceu devido à penitência do sábio Bhagiratha.
 
Não sei como é que a UNESCO permitiu estes gradeamentos...
A fenda no centro da rocha simboliza o rio sagrado. Durante as monções a água das chuvas, segue o curso da fenda até ao tanque.


As testemunhas da descida do rio Ganges são os seres celestiais, ascetas e animais terrestres.

Ganesha Ratha (ou Ratha de Ganesh)
Dedicado a Shiva, foi construído durante o reinado de Parameshvara Varman I [660-690].


Templo Escavado de Varaha
Varaha é a encarnação de Vixnu como javali.


Bola de manteiga de Krishna.
Algumas fotografias que não consegui legendar, pelo menos para já.



*http://whc.unesco.org/en/list/249/
Continua...

terça-feira, 28 de junho de 2016

Kanchipuram, Índia.

Kanchipuram (Tamil - காஞ்சிபுரம் ; Sânscrito - काञ्चिपुरम् ),
Esta pequena cidade templo é uma das sete cidades sagradas pelos hinduístas, tendo sido a capital da dinastia Pallava entre os séculos VI e VIII. Neste período foram construídos vários templos e universidades consolidando o núcleo da cidade.

Templo Ekambaranathar  [Tamil - ஏகாம்பரநாதர் கோயில்]
Templo Hindu dedicado a Shiva - linga simbolizando a terra, um dos cinco santuários panchalinga (cada um corresponde a um dos cinco elementos essenciais: o ar, a água, o fogo, a terra e o éter).

Entrada
 Lojas de oferendas

Templo Kailasanatha.
Este templo dedicado a Shiva foi mandado construir pelo rei dos pallava, Rajasimha, no século VIII.
O altar sagrado tem uma passagem circum-ambulatória que simboliza os sete degraus (sete nascimentos) que conduzem a uma passagem escura (viagem da vida) que por sua vez, termina numa saída estreita, simbolizando a morte.
Neste complexo existem outros 58 santuários com uma escala menor, com relevos retratando as inúmeras reencarnações de Shiva.

Uma inscrição; parece que neste templo existem uns frescos, considerados os mais antigos da Índia do sul.


Estes detalhes fizeram-me lembrar uns banhos reais, em Java. [Daqui a nada surge uma nova rubrica para "analisar" semelhanças, inspirações, parecenças entre monumentos de diferentes lugares]
 E para terminar uma parte de uma cozinha... ou como perder o apetite!!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Mylapore, Chennai.

Um dia cinzento na Índia não é em nada semelhante a um dia cinzento em Portugal.
O calor persiste, os perfumes tornam-se mais intensos, as cores da cidade e das pessoas e os seus sorrisos fazem-nos esquecer que é um dia chuvoso, ensinam-nos a apreciar a chuva e a valorizar estes dias que simbolizam um renascimento de um novo ciclo.

Um pequeno e frágil templo face ao oceano Índico parece ter sobrevivido à força do tsunami de 2004 que assolou as costas marítimas de vários países asiáticos.

Chennai [Tamil - சென்னை] [ou Madrasta] a capital do estado Tamil Nadu que resulta da união de várias aldeias, que progressivamente se tornaram em bairros.

Mylapore [Tamil - மயிலாப்பூர்] (antiga aldeia portuária agora um bairro)
Basilica de S. Tomás, 1898.
Estilo gótico

A presença do Cristianismo neste antigo bairro portuário remonta ao século I despois de Cristo, quando o Santo Tomás, um dos doze apóstolos, veio para a Índia após a morte de Cristo. (ano 52 d. C.)
Mais tarde, no século X um grupo de cristãos nestorianos da Pérsia descobriu a sepultura do santo Tomé e em sua homenagem decidiu construir um santuário.
No século XVI, os portugueses fundaram o povoado de S. Tomás e construiram uma basílica em sua homenagem.

Já se avista a torre agulha da basilica dedicada ao santo Tomás.



P.S. A basilica de S. Tomé ou S. Tomás - aparece com as duas denominações.


domingo, 26 de junho de 2016

Alvito, Portugal (6)

Visitar Alvito e fazer um passeio por vários monumentos religiosos...
Uma pequena peregrinação por esta região de Portugal, que vai resultar num conjunto de publicações sobre ermidas, capelas e igrejas.
Para visitar ou revisitar... em Portugal.

Capela de Santa Ágata, ou ermida de São Neutel, ou Capela de Santa Águeda.
Vila Nova da Baronia
A construção da capela terá tido inicio no século XVI e foi "dedicada a Santo Eleutério, Papa de 174 a 189, cujo nome por corruptela popular se transformou em São Neutel, personagem hagiográfica lendária."
 O alçado principal é definido pela galilé de grandes dimensões, rasgada por três arcos, ), rebaixados sobre pilastras toscanas em cada uma das faces, coberta por abóbada de arestas.



O arco do lado sul foi entaipado.



"Arquitetura religiosa, popular, gótica, maneirista. Pequeno santuário de romarias periódicas constituído por capela rural de dimensão média, antecedida por grande galilé, com construções anexas onde funcionavam as casas dos romeiros e do ermitão, enquadrando-se no gótico-final mudéjar."





Arco da capela-mor cuja  pintura mural representa São João Batista e Santíssima Trindade.


Nesta pintura mural estão representados  o S. António, o Bispo, o Santo Amaro, São Bartolomeu e S. Paulo.
Nesta pintura mural estão representadas a Santa mártir, a Nª Sª do Rosário, a Santa Luzia e a Santa Catarina.
"Pintura mural representando ordenação de sacerdote; Pietá; Stº. André; S. Bernardo? e S. Brás?"
Abóbada
Pormenor de pintura mural de cartela com inscrições "sobre o portal, no interior da capela, centrando a cena da matança dos inocentes a inscrição: «Dos bens do Santo./ obra de pintura que mandarão / fazer os ofesiais da camara sendo / juizes Francisco Fernandez Estevenz, e Manuel Boralho / Carasco vereadores Notel Jeam Sobral / Manoel Lourenço Sardinha / Alexandre Joze. e escrivão / Manuel Coelho Piteiro, e pro-/ curador Francisco / Tavares no anno / de 1784».
"No altar-mor frontal de azulejos polícromos, figurando ao centro a imagem de São Neutel enquadrada por ramagens, ninhos e aves, entre elas alguns psitacídeos." 
Todas as imagens foram retiradas da Internet.
Nestes dois links podes encontrar mais informação sobre esta ermida:
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=330
http://www.patrimoniocultural.pt/en/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72048