"O Infante
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendado a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!"
Fernando Pessoa; Mensagem; 57.
Descobrimentos
Inicio mais um logos para assinalar mais uma data, mais uma comemoração - o dia 10 de Junho - o dia de Portugal que assinala a data da morte do poeta Luís de Camões.
Podia o ter citado, mas escolhi este poema de Fernando Pessoa que relembra, quase como um chamamento, os tempos áureos dos descobrimentos portugueses.
Entretanto também me lembrei de um sitio que visitara há uns anos na Índia do sul (falarei sobre esta viagem quando terminar as publicações dedicadas à Mongólia).
A igreja de S. Francisco foi fundada em 1500 pelos portugueses com o nome de S. António, em Cochim, no sul da Índia.
Anos mais tarde, supõe-se que Vasco da Gama terá sido sepultado nesta igreja (1524).
Umas fotografias manhosas da pedra tumular.
Relembrando também a primeira publicação neste blogue, temos dentro de nós uma sede do desconhecido, que nos leva a enfrentar medos e a ser mais criativos.
As duas primeiras imagens foram retiradas da Internet:
(1) O Extremo-Oriente na cartografia portuguesa de finais do século XVI (c. 1576). Carta atribuída a Fernão Vaz Dourado. [Pergaminho, 385x277 mm (BNL Il. 171)].
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/olingua/01/lingua2b.html
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