Papoila; Maio 2016.
Enquanto preparava a publicação desta manhã, li este excerto que não podia deixar de partilhar e que me remeteu invariavelmente também para a arquitectura. Cito novamente Alberto Caeiro (49/50):
"Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta.
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter.
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é um nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem."
Muito interessante e que daria para divagar durante algumas horas ou páginas. Deixo que cada um tenha a sua própria reflexão, livre de influências, pelo menos para já.
E lembrei-me de uma frase do arquitecto Oscar Niemeyer frequentemente citada:
“Não existe Arquitetura bonita ou feia. Existe Arquitetura boa e ruim.”
Logos - Conceito de beleza... o que realmente consideramos belo e porquê...
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