quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Jaipur, Índia

A capital do estado indiano Rajastão não poderia deixar de nos revelar mais alguns palácios... E quem viveria junto as estes palácios, quantas mãos foram necessárias para a construção destes sonhos que nos deslumbram.... E assim de repente lembrei-me do Memorial do Convento, de José Saramago, que noutro país, noutro continente retrata este aspeto [aspecto] da sociedade, de várias sociedades que já viveram e que nos contam histórias, várias, com um teor de fantasia quase impiedoso... E é também por isso que vamos sonhando... talvez por um mundo melhor... ou com estas fantasias que também merecem ser contadas e sonhadas.

"Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido. Era uma vez."
Memorial do Convento; José Saramago.













Hawa Mahal-Palácio dos Ventos de finais do século XVIII, desse tempo apenas nos resta o seu alçado; fica-nos a liberdade de imaginar o seu interior, as paredes, os quartos, os pátios, etc. E o seu nome não é menos sugestivo para a nossa mente começar a derivar.
Esta é uma das imagens que se criam na nossa memória para a definição da cidade de Jaipur fundada no dia 18 Novembro 1727.
Durante os quatro anos que se seguiram, construiram edifícios públicos, abriram ruas e praças, com a escala e a organização que alguns arquitetos do modernismo (século XX) sonharam e desenharam. Deixo aqui um link com mais pormenores sobre a história da cidade e do seu fundador: http://jaipur.rajasthan.gov.in/content/raj/jaipur/en/about-jaipur/history.html
O arenito vermelho preenche também o meu imaginário sobre esta cidade e sobre a Índia, alguns com tons mais rosados ou alaranjados, sempre presentes nesta região.
As janelas parecem revestidas de véus esculpidos minuciosamente na pedra, que escondem a vida passada no interior destes palácios.

No século XIX, para a visita do século foi pintada com esta cor simbolizando as boas vindas para receber a corte inglesa, mantendo esta tonalidade até aos nossos dias, tornando-a na cidade cor de rosa. Já imaginaste ser recebido por uma cidade cor de rosa, por pessoas com trajes coloridos, por elefantes que substituem os "habituais" cavalos, numa amálgama de cores, de cheiros, de sons, que nos transmitem uma energia, uma vitalidade e uma riqueza se sensações que deixam os nossos recetores sensoriais inebriados. Se no século XXI somos impressionados que seria se visitássemos este lugar há dois séculos atrás.




Num dos inúmeros pátios do Palácio da Cidade do século XVIII, rodeado pelos edifícios pintados neste cor de rosa terrosa e de branco e a riqueza das salas no seu interior....
O Forte Amer (ou Amber) surge praticamente despercebido no topo da colina, fundindo-se com o território.
Este forte foi construído no século XVII junto à pequena cidade de Amer, localizada próxima a Jaipur. No seu interior, desvendamos jardins, que contrastam com a aridez exterior e palácios...sempre presentes. Amer era a antiga capital deste reino, posteriormente transferida para a "nova" Jaipur.

Alguns constroem palácios agarrados aos cumes dos montes, outros preferem rodear-se de água.

O Jal Mahal cujo nome significa palácio da água foi criado no século XVI no lago artificial Man Sagar.  Este palácio parece um barco que flutua à deriva num lago que surge neste território como uma miragem.

Nesta cidade existe também um observatório apelidado de Jantar Mantar, onde as famílias dos jovens noivos vão fazer as suas previsões.. Suposições à parte, este observatório foi criado no início do século XVIII pelo fundador da cidade. É de louvar o avanço cientifico que estas culturas possuíam neste período. Deixo mais um link sobre este sítio: http://www2.astronomicalheritage.net/index.php/show-entity?idunescowhc=1338
 

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