(...)
"Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa a sobre as ruínas crescer heras,
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino das Quimeras!"
(...)
Ruínas, Florbela Espanca (73)
A cidade indiana Mandawa outrora localizada numa importante rota comercial entre a China e o Médio Oriente, relembra esse período de riqueza e esperança nas memórias deixadas pela população que aqui viveu e sonhou.
Alguns dos cenários dessas vidas mantêm-se cedendo gradualmente ao passar dos anos e dos séculos. O tempo reveste os edifícios de uma pelicula sombria, que os corrói, degradando-os.
A cidade parece uma cidade fantasma abandonada pela população, há já alguns anos atrás. A agitação que deveriam ter estas ruas noutros séculos desenvolve-se apenas na nossa imaginação.
Só quando se entra no interior dos edifícios é que se encontra novamente vida e se reencontra a Índia, sempre presente.
Observar o dia a dia das pessoas que aqui permanecem aparentemente indiferentes ao testemunho de
uma geração passada.
A vida decorre serenamente, os espaços destas casas-pátio adquirem novas funções, adaptando-se às necessidades que formam os hábitos destas famílias.
O pátio situado no centro da habitação, resguarda-se do espaço público e alberga um novo sentido.
A intensidade das cores dos saris compete com as cores das pinturas que revestem cada centímetro quadrado dos elementos que compõem o rebuscado alçado. E mais uma vez imagina-se a força das múltiplas cores conjugadas nestes ambientes nos séculos passados de pujança.
Mandawa constitui um sonho que desperta a nossa imaginação, num relembrar de memórias quase desaparecidas.
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