Este templo foi construído por volta do século XV na pequena cidade de Ranakpur, na região do Rajastão.
O mais curioso, sem dúvida, a ideologia que sustenta a religião ou pensamento jainista. Num respeito exacerbado pela natureza; poder-se-ia considerar quase uma utopia se não fosse real, praticada.
O branco aparece na roupa de alguns dos seus praticantes mais devotos, como um simples tecido sem nenhum ornamento, que os cobre; uma cor que dificilmente encontramos nos saris das mulheres indianas. [O branco é geralmente vestido pelas viúvas.]
Inevitavelmente, os jainistas são vegetarianos, que comem apenas os vegetais/legumes que nascem acima da terra. Um facto curioso é o uso de tecido que tapa as suas bocas de forma a não comerem nenhum inseto de forma acidental.
Esta é mais uma religião que merece alguma atenção teórica...
[24-07-2016] Para acrescentar mais alguma informação, as fotografias sofreram também alguma edição para destacar as esculturas.
O Jainismo, enquanto doutrina que visa o respeito de todos os seres vivos, foi fundada no século VI antes de Cristo.
O exterior deste templo não contém praticamente nenhuma escultura, enquanto o seu interior é ricamente esculpido, de forma a transmitir a insignificância do exterior face à importância da vida interior.
A tendência que temos em pensar que inúmeros monumentos foram construídos devido à força e ao sacrifício de inúmeros escravos, nem sempre se protagoniza. Curiosamente, os escultores que trabalharam neste templo [e noutros templos jainistas] eram pagos em ouro, consoante o peso de mármore trabalho ao fim de cada dia.
O mármore usado na construção deste templo foi recolhido nas mesmas pedreiras - Makrana - usadas para a construção do icónico Taj Mahal.
Os painéis representam os movimentos das dançarinas.
Os tectos do templo possuem frequentemente formas concêntricas simbolizando a sucessão de ciclos que caracterizam o Universo. Em alguns momentos é possível repara que o mármore é quase translucido devido à minucia do trabalho dos escultores.Não dá vontade de regressar e de ficar algumas horas a contemplar o interior e de desvendar esta doutrina que persiste há séculos na história do povo indiano. [Aconselho a levarem binóculos...]
Mais sobre esta religião:
http://entrepreambulos.blogspot.com/2016/07/srirangapattana-e-sravana-belgola.html
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